18 de janeiro de 2011

Nota da ANEL-RJ sobre o ENEM

Mais uma fase da tragédia do ENEM: acessar o site.


Presidente do INEP é exonerado.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim Soares Neto, foi exonerado hoje. O governo alega que o motivo são as falhas no acesso ao site do Sisu que vem dificultando em muito a vida dos vestibulandos. O governo deve muita explicação aos estudantes brasileiros. Primeiro, anunciou que esta forma de ingresso, o novo ENEM, era o fim do vestibular. Nada mais falso. Os vestibulando sabem que a lógica meritocrática e excludente segue a mesma, apenas com algumas mudanças residuais. Depois, o que prometia ser uma democratização do acesso a universidade se mostra cada vez mais como um tremendo fiasco do governo. Diante de sucessivos problemas técnicos na aplicação da prova, os estudantes brasileiros foram às ruas de todo o país exigir o fim do novo enem e uma verdadeira democratização da universidade com o livre acesso a universidade.

É possível o livre acesso à universidade?

Acessar a universidade não é nada fácil por conta da competição desenfreada que significa o vestibular. São muitos os jovens que sonham com o ingresso no ensino superior publico. Mas não há investimentos na educação suficientes para que todos os estudantes possam ingressar na universidade. O Brasil investe apenas 4,5% do PIB em educação. Sem falar nas metas do REUNI, que além de demorar 59 anos para que 30% dos jovens acessem a unviersidade, geram mais problemas, como: faltas de verbas, problemas de infra-estrutura e tudo mais. Não precisa ser assim! É possível que todos os jovens brasileiro tenham uma vaga assegurada na universidade, mas para isso precisamos de verbas para expandi-la. Nós queremos que os estudantes entrem em uma universidade de qualidade e para isso nada mais justo do que 10% do PIB para a educação e o fim das metas do REUNI.

As causas da exoneração.

Opinamos que, na verdade, há um acúmulo de motivos para esta exoneração. Lembremos que nos últimos dois vestibulares houve falhas na prova do ENEM. E os estudantes, mesmo com a UNE em silêncio apoiando o governo, foram as ruas exigir seus direitos e denunciar os problemas da educação brasileira.Inclusive, assistimos ao pedido de desculpas estaparfúdias do ministro da educação Fernando Haddad. E, hoje, novos problemas surgem e os antigos se mantém. O governo, diante dos protestos e tudo mais, foi obrigado a tomar alguma medida. Tal medida foi a exoneração do presidente do INEP. Mas para nós, tal medida, está longe de resolver nossos problemas. Queremos o fim do novo enem, o livre acesso a universidade e um ensino publico de qualidade para todos.

Além disso, Dilma já mostra as suas intenções e não gostaria de ver os estudantes indo a luta neste momento. Vejamos: são cortes no orçamento que seguramente atingirão as áreas sociais, um aumento escandaloso para os parlamentares(62%), para ela própria(133%), mas para os trabalhadores míseros (5%) e uma situação na europa que lhe abre os olhos. Os estudantes europeus saíram as ruas para derrotar os ataques de seus governos e da união europeia que visava, justamente, cortes nas áreas sociais, privatização das universidades e diminuição dos salários. Na inglaterra, os estudantes invadiram a sede do partido conservador inglês pois o preço das universidades "públicas", que há 10 anos atrás eram gratuitas, já estão na casa das 18 mil libras por ano. Além disso, os estudantes franceses tiveram participação central na greve geral que tomou conta da França e abalou as bases do governo Sarkozy. Na Itália não foi diferente, e novamente, a juventude junto com os trabalhadores colocaram em cheque o destemperado Berlusconi.

Aqui no Brasil, estaremos juntos com a CSP-Conlutas e demais entidades dos trabalhadores lutando contra os ataques do governo que signifiquem uma diminuição de nossos direitos. Convidamos a todos os estudantes para se somarem a essa luta conosco participando do 1º Congresso da ANEL em junho. Só assim, de forma independente desses governos poderemos conquistar as mudanças que tanto precisamos.

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